5 – Brasil 94
O Brasil voltou a ser campeão mundial 24 anos depois do tricampeonato. Com um time sólido na marcação e fortalecido por uma dupla de ataque rara, com Bebeto e Romário, a Seleção superou a enorme desconfiança que a cercava e, pouco a pouco, ganhou corpo na briga pelo título.
Na primeira fase a seleção brasileira passou pela Rússia (2 a 0), por Camarões (3 a 0) e empatou com a Suécia com um gol pra cada lado. Nas oitavas venceu os Estados Unidos por um magro 1 a 0, nas quartas em um jogo dramático ganhou da Holanda por 3 a 2 e nas semifinais encararam novamente a Suécia, desta vez vencendo por 1 a 0.
Na decisão duas seleções que não eram brilhantes, mas tinham jogadores expressivos: Baresi e Baggio na Itália, Bebeto e Romário no Brasil. Em jogo muito equilibrado, tenso ao extremo, os finalistas empataram por 0 a 0 no tempo normal e depois na prorrogação. A briga pelo título foi aos pênaltis. E a seleção brasileira foi campeã depois de Baggio mandar sua cobrança por cima do travessão de Taffarel.
4 – Argentina 78
A Argentina aproveitou como poucos o fator local e foi campeã do mundo pela primeira vez em 1978. A campanha não foi exatamente brilhante. Na primeira fase, os hermanos tiveram duas vitórias (2 a 1 na Hungria e 2 a 1 na França) e uma derrota (1 a 0 para a Itália). Na segunda, só avançaram no saldo de gols, depois de golear o Peru por 6 a 0 - indo a campo sabendo da quantidade de gols de que precisavam para avançar, em jogo que ainda hoje gera suspeitas.
Na final contra os holandeses, começaram na frente com gol de Kempes no primeiro tempo, mas tomaram o empate na etapa final e ainda tomaram um susto com uma bola que a certou o travessão sul-americano, com o craque Rensenbrick, no último minuto do período normal. Na prorrogação, porém, a Argentina se sobressaiu. Kempes, em bela jogada individual, fez o segundo. E participou da jogada do terceiro, anotado por Bertoni.
3 – Inglaterra 66
Não foi certamente a Copa do melhor futebol. Mas foi, certamente, a mais polêmica. O English Team até tinha grandes jogadores, como o goleiro Gordon Banks, o zagueiro Bobby Moore, o meia Bob Charlton, o destemido Hurst... Mas a Inglaterra jogava futebol pragmático e acabou campeão pela primeira vez sendo beneficiado pela arbitragem.
Nas quartas os ingleses abusaram da violência para parar os “Hermanos”, até que Antonio Rattin decidiu reclamar com o árbitro Rudolf Kreitlein. Pra quê? Acabou expulso. Com um jogador a menos ficou fácil para os anfitriões, que venceram a partida com gol de Geoff Hurst no segundo tempo.
Na final, com mais de 120 mil torcedores em Wembley, o English Team iria ganhar a mais polêmica das Copas. O jogo foi emocionante. Haller abriu o placar para os alemães aos 12 minutos, e Hurst empatou aos 18. No segundo tempo, Peters virou para os ingleses aos 33, mas Weber, quase de carrinho, empatou aos 44 e levou a partida para a prorrogação. Aí houve o lance fatal. Aos 11 do 1º tempo, o oportunista Hurst mandou um balaço, a bola bateu no travessão, tocou no chão e voltou. O alemão Hottges, de cabeça, mandou para fora, e os ingleses levantaram os braços pedindo gol. Na dúvida, o árbitro consultou o auxiliar, para quem a bola ultrapassou a linha, o que não aconteceu. Aos 15 do 2º tempo, quando houve até invasão de torcedores considerando a partida encerrada, Hurst, livre, fez o quarto gol. E a discussão passou para a eternidade.
2 – Itália 2006
Com a Itália, costuma ser assim: chega discreta, passa por sustos, vai crescendo e de repente é campeã. O quarto título mundial da Azzurra fugiu pouco desse roteiro. A primeira fase até que foi tranquila, com duas vitórias e um empate, mas a classificação sofrida nas oitavas de final, por 1 a 0 contra a fraca Austrália, mostrou que sempre haverá um percalço no caminho italiano. Depois, a equipe cresceu: passou bem pela Ucrânia, teve classificação histórica na prorrogação contra a Alemanha e bateu a França na decisão.
Um gol de Zidane. Um gol de Materazzi. Quase outro gol de Materazzi. Quase outro de Zidane. E aí a cabeçada do meia no zagueiro. Na prorrogação, o gênio francês foi expulso por agredir seu rival de um duelo histórico. Mesmo assim, o empate por 1 a 1 persistiu na prorrogação. Nos pênaltis, Trezeguet errou sua cobrança, e a Itália foi campeã do mundo.
1 – Itália 82
Na primeira etapa de grupos, a Azzurra teve três jogos. Empatou os três - 0 a 0 com a Polônia, 1 a 1 com o Peru e 1 a 1 com Camarões. Na segunda fase, a Itália caiu em um triangular dificílimo, com Argentina e Brasil.
Contra a Argentina, a Itália mostrou um futebol totalmente diferente da primeira fase: mais aguerrido, mais técnico, mais eficiente, sem erros. Maradona, craque maior do time argentino, foi anulado sem dó pelo “carrapato da Copa”, Gentile.
Se o Brasil era ofensivo e brilhante, herdeiro do "futebol-arte", não tinha eficiência na zaga. Não existia apoio aos laterais e meias que subiam constantemente ao ataque. E, ao deparar com craques defensores como Scirea (um dos maiores líberos da história do futebol), Bergomi, Cabrini e, sobretudo, Gentile, que anulou Zico, o Brasil sucumbiu. Já a Itália mostrou a frieza e a precisão que o Brasil não teve para decidir o jogo. E um centroavante com estrela, Paolo Rossi, que anotou 3 gols na partida. Sócrates e Falcão anotaram para a seleção canarinho, na partida que ficou conhecida como "Tragédia do Sarriá".
Na semifinal despachou a Polônia por 2 a 0. Era novamente aquele roteiro: começou discreta, passou raspando de fase, foi crescendo e acabou campeã.
Na final, atropelou a Alemanha Ocidental: 3 a 1. Com grandes jogadores, como o goleiro Dino Zoff e o defensor Claudio Gentile, a equipe do técnico Enzo Bearzort teve o goleador Paolo Rossi, com seis gols no total, marcados nos três jogos finais.
Fonte: Globo Esporte, A Crítica, Imortais do Futebol, Calciopedia.