Ernesto Che Guevara era um entusiasta do futebol popular.
Algumas passagens de sua vida ilustram essa afirmação. Torcedor do tradicional
Rosário Central, time de sua cidade natal, tinha como ídolo o atacante Alfredo
Di Stéfano, o grande jogador argentino até o aparecimento de Diego Maradona. Di
Stéfano fez história com as camisas do River Plate, Millionarios (Colômbia) e
Real Madrid. Che jogava de zagueiro e goleiro (posição preferida pelo
revolucionário).
No livro ‘Notas de viagem’, Che relata uma aventura futebolística
ao lado do amigo Alberto Granado. Em 1952, naquela viagem que partiu de Buenos Aires
com o objetivo de cruzar a América do Sul até a Venezuela, os dois pararam na
pequena cidade de Leticia, interior da Colômbia, e, aproveitando a fama de
celeiro de craques que a Argentina ganhava com a ascensão de Di Stéfano,
participaram de um torneio local pelo time amador Independiente Sporting Club.
Na final do torneio, Che defendeu um pênalti e Granado, jogando de
centroavante, marcou o gol do título. Com o triunfo em campo, conseguiram
dinheiro e alimentos para seguir pela estrada.
Após a revolução cubana de 1959, Granado foi viver com sua companheira Delia em
Cuba, primeiro na capital Havana e depois na cidade de Santiago de Cuba. No ano de
1963, ele conta que foi convidado por Che, na época ministro da Indústria, pra
jogar um amistoso contra a equipe da Universidade de Santiago de Cuba. Segundo
suas memórias, em lance de extremo perigo, Che como goleiro saltou nos pés de
uma atacante pra evitar o gol dos adversários. Ao jogar futebol, Che deixava de
lado sua importância política e social, concentrado exclusivamente no que
acontecia dentro do campo.
Nesse mesmo ano, 1963, outro episódio mostra o apreço de Che
pelo futebol: O Madureira Esporte Clube, time do subúrbio carioca, fez uma
excursão internacional, embalados pelo sucesso que o futebol brasileiro
alcançara conquistando duas copas do mundo (1958 e 1962), e passaram por Cuba
pra jogar uma série de amistosos. Che esteve presente no dia 18 de maio no jogo
da equipe carioca diante da seleção da capital Havana (vitória do Madureira por
3x2). Após a partida, Che entrou em campo, cumprimentou todos os jogadores e
abriu um enorme sorriso (foto) quando recebeu a bola do jogo.
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